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  • sexta-feira, 12 de abril de 2013

    ENTRE TOMATES E VANS

    Um assunto que bombou nas redes sociais nesses últimos dias foi, com certeza, o preço do tomate! Fatores como a redução de plantação e o excesso de chuvas explicam o aumento da hortaliça em mais de 100%. O quilo do fruto tem sido vendido por um valor em torno de R$10,00 em todo o país, sendo até mais caro em alguns lugares.

    Tão impressionante quanto o aumento foi a rapidez da reação dos internautas. Em questão de minutos após o assunto ter caído na mídia, redes como o Facebook já estavam repletas de piadas como: “Estou rica, nadando no tomate”, “Barra de ouro é coisa do passado, agora o Silvio Santos vai pagar com tomate”, uma montagem em que a presidente Dilma aparece dizendo: “Quero ver o povo jogar tomate nos políticos agora!”, logo abaixo de uma foto que mostra o fruto sendo vendido por R$9,59 o quilo.



    O reajuste também motivou sacadas publicitárias! O Burger King lançou uma campanha que diz: “Fica tranquilo! Aqui tem tomate pra todo mundo”, com uma foto de saborosos sanduíches, recheados com rodelas do “ouro vermelho”. Profissionais excelentes aproveitando as oportunidades!

    Outro assunto que deixou a população brasileira chocada foi o estupro ocorrido naquelas típicas vans de transporte no Rio de Janeiro. Quem já visitou a capital maravilhosa sabe que muitas vezes a saída para evitar o transporte público (que não é dos piores, já que tem ar-condicionado!) são as vans. Pegar ônibus no Rio de Janeiro é complicado, já que lá estes são localizados por número e muitas vezes o indivíduo se vê obrigado a pegar vários destes para chegar ao local que deseja.

    Logo, a solução são as vans por serem práticas, passarem a todo instante e por um preço mais em conta do que comprar tomate. Foi dessa forma que um casal de turistas, um francês e uma americana provavelmente pensaram ao entrar numa dessas vans na orla de Copacabana aproximadamente meia-noite e meia. O motorista logo parou num ponto onde deixou os outros passageiros, restando no automóvel somente o casal e mais outros três homens. Os quatro homens estupraram a moça americana de 21 anos, quatro vezes. Entre o revezamento, eles riam e debochavam do francês, que foi espancado pelos marginais.


    Isso tudo reforça a ideia de que vivemos em uma sociedade de revolucionários preguiçosos! Isso mesmo, pois o acesso à internet facilitou a disseminação de opiniões e protestos, mas que não parecem surtir grandes efeitos. As pessoas reclamam de política, religião, violência, reajuste de preços até chegar a hora de desligar o computador! São raríssimos os casos de gente que sai para as ruas buscando defender os próprios direitos. E uma péssima notícia: pelo andar da carruagem (essa é do fundo do baú!), a situação tende a permanecer ou até mesmo piorar, levando em conta que o desenvolvimento dessa era de informação e informatização traz cada vez mais comodismo e individualismo.

    O preço do tomate que é um alimento saudável aumentou e todos estão com seu pique de revolução a flor da pele (ou seria a flor do monitor?), mas há menos de um mês atrás, estes mesmos cidadãos passaram mais de uma hora na fila do caixa do supermercado para comprar ovos de páscoa de 180g, por R$25,00, o equivalente a uma barra de chocolate que custa R$4.

    Quanto à segurança e ao estupro no Rio de Janeiro. Brasileiro quando encontra com estrangeiro, tem que falar da Cidade Maravilhosa, afinal, no exterior o nosso país é conhecido somente pela Capital do Cristo Redentor. E nem isso sabemos fazer, afinal, nem nós mesmos conhecemos o Rio. E quando o visitamos, vamos direto conhecer os pontos turísticos, andar de bondinho e nadar na maravilhosa água verdinha, mas de nada procuramos saber das favelas, do tráfico e da maldade lá presente. Por fim, acontece um fato como esse e a população se indigna, hesita como tal fato pôde lá acontecer e ainda mais: pede desculpa e tem vergonha pelos “gringos”. Será que vocês realmente conhecem o Brasil de vocês? Ou só reconhecem aquilo que lhes convém?

    Texto: Fernanda Bertonha e Mônica Seolim


    Um comentário:

    1. Olá, gostei muito do texto, meus sinceros parabéns para a Fernanda e Mônica pois expressaram claramente um fenômeno da sociedade atual conhecido como "REVOLUCIONÁRIOS DE SOFÁ" que são os que apenas falam e demonstram indignação, porém não há movimentação física alguma nem protestos ou passeatas.
      Talvez esse fenômeno ocorra devido ao fato de manifestações, nos dias atuais, serem "acalmadas" de forma muito violenta por policiais que deveriam protestar junto e da internet ser um meio de disseminação de ideias e noticias muito rápido. Mas de fato a questão fica: estaríamos nós entrando numa nova era onde as manifestações são ideológicas do que agressivas ou apenas estamos formando uma sociedade de malemolentes?

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