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  • sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

    OS MISERÁVEIS - CRÍTICA

    Em um escritório chique e fino da cidade de Los Angeles, há algum tempo atrás, um produtor terminava de ler um livro. Seu colega, de repente, entra na sala: 
     - Jimmy, o dinheiro está acabando.
     - O quê? 
     - Dinheiro, Jimmy, bufunfa, cobre, tutu, money, bolada, dindin... 
     - Isso eu entendi, idiota, estava apenas... Ah, deixa pra lá! 
    Bill desaba na cadeira, olhando para a janela atrás de Jimmy. 
     - Precisamos de um roteiro, você sabe. 
     - Bill, já leu este livro? 

    Alguns dias depois... 

    - Bill, consegui um financiamento no banco. Temos um diretor para rodar a adaptação?
    - Mandei e-mail para vários. 
    - E aí? Quem aceitou? Quentin? George? James? Os Coppola?  
    - Bom... Sr. Tarantino disse que está de férias na Europa, que só volta se conseguirem 50 litros de sangue falso. Procurei, mas está em falta nos mercados. Sr. Lucas vendeu os sabres de luz e agora está internado em uma clínica, com depressão. Os outros não responderam. 
    - Porra, o que fazemos agora? Precisamos estourar este filme nos cinemas, pagar para colocar ele nos indicados ao Oscar, mas sem diretor não dá! 
    - Assim, eu encontrei um cara que disse que escreve e dirige pela metade do preço. 
    - Ótimo, assim caprichamos na produção e chamamos atores famosos. Quem é esse homem? Vamos, me fale! 
    - Ele é um cantor de ópera desempregado, amigo de um amigo meu. 
    - UATAFUQUI?? Ouvi direito? - disse Jimmy. Após minutos andando de um lado para o outro - e Bill suando que nem porco - ele disse: - Tudo bem, chame ele aqui, comecem as filmagens! 

    Não tenho certeza se esta história aconteceu, mas não me surpreenderia se fosse verdade. Os Miseráveis, que fez sua estreia no primeiro dia de fevereiro, é um musical. Mentira, não é um musical. É um filme cantado. São três horas de pura agonia magia, com diálogos em versos, canções e bravura. Minto novamente, bravo é quem consegue utilizar a paciência como passatempo. Mas...

    Antes que você desista de terminar de ler esta crítica, eu preciso admitir que serei bem injusta se não falar dos pontos positivos do filme, que por incrível que pareça, foram muitos. Iremos por partes, querido leitor, assim como Estripador fazia:

    Hugh Jackman. Pronto, preciso falar mais alguma coisa? O nosso eterno Wolverine perdeu alguns quilos e subiu vários degraus na escala de ótimo ator. Cantou. Emocionou. Cantou mais um pouco. Arregalou o olho, irreconhecível, enquanto fazia Jean em épocas de prisioneiro. Provou que não são apenas os músculos que agradam. E terminou cantando.


    A linda Anne Hathaway, apareceu de dois minutos como Fantine e sumiu. Perdeu o cabelo e mesmo assim não soube ser melhor aproveitada pelo diretor. Amanda Seyfried interpretou Cosette do mesmo jeito que todos os filmes que faz. Russel Crowe me pareceu um pouco deslocado, como se não compartilhasse a mesma vibe do resto do elenco. A novata Samantha Barks estava linda e muito acinturada como Miss Friendzone.

    (Segure o choro no momento Carolina Dieckmann em Laços de Família) 

    O trunfo, então, ficou para quem? Resposta: Para a mente brilhante que convidou Sacha Baron Cohen e Helena Bonham-Carter para completar a lista. Esse sim merece o Oscar! Pensar que haveria o ritmo perfeito de humor ao juntar os dois como o casal picareta que adota e depois vende Cosette foi um feito considerável. Salvou o filme.


    Assim como a canção sobre a situação histórica dos pobres na época da Revolução Francesa, cantada pelo menino Gavroche, que encanta! A produção e a fotografia  também ficaram boas, não é possível negar. A pergunta, porém, que ficou grudada em minha mente e na mente de maioria dos meus colegas de sala de cinema  é esta: por que não rodaram como filme, normal, como todos estão acostumados? Por que inventar? Por que adaptar deste jeito? Se encontrarem a resposta, me avisem!


    Ficha Técnica: 
    Nome do filme: Os Miseráveis
    Nome original: Les Misérables
    Direção: Tom Hooper
    Roteiro: William Nicholson (roteiro), Alain Boublil, Claude-Michel Schönberg (musical) e Victor Hugo (livro)
    Elenco: Hugh Jackman, Russel Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Samantha Barks, Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Helena Bonham Carter e Isabelle Allen.
    Classificação: 10 anos



    (Curiosidade: Vale prestar atenção no grande olho pintado na parede, na cena da batalha, no final do filme. Quem leu 1984 vai pegar a referência.)

    Texto: Lisy Muncinelli

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